Samu Metropolitano do Recife investe mais de R$ 3 milhões em um novo projeto e utiliza tecnologia que ajuda a salvar vidas

Foto: Inaldo Lins – Samu Recife
Considerando o número de habitantes de alguns municípios, não é difícil imaginar a quantidade de chamadas que um serviço de emergência, como o Samu, recebe mensalmente. Difícil é gerenciar uma avalanche de dados e seguir diferentes processos durante as ocorrências, em que cada segundo é importante. De acordo com relatórios de 2021, gerados pelo sistema do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Recife, em Pernambuco, o órgão recebe cerca de 61 mil chamadas por mês, das quais aproximadamente 87% (53 mil) demandam o despacho efetivo de ambulâncias. Para superar obstáculos como este, em 2020, o órgão, ligado à Prefeitura do Recife, investiu mais de R$ 3 milhões em um novo projeto de modernização tecnológica, incluindo a atualização de sistemas, a aquisição e a manutenção de aparelhos, equipamentos e unidades móveis, mantendo-se na vanguarda tecnológica dos SAMUs no Brasil. Estima-se que a tecnologia utilizada atualmente ajuda a proteger 1 em cada 9 pessoas no mundo.
Desde 2015, o Samu Recife gerencia as suas operações com um sistema de última geração, mundialmente conhecido como I/CAD. A tecnologia é fornecida pela Hexagon, multinacional pioneira no desenvolvimento de sistemas de despacho assistido por computador, e utilizada por mais de 2500 organizações de segurança pública em 70 países, incluindo polícia, guarda civil, defesa civil, bombeiros, departamentos de trânsito, serviços de atendimento a urgências e emergências entre outras.
Na prática, quando o cidadão liga para o 192, o sistema entra em ação apoiando todos os principais processos do Samu Recife, desde a recepção da chamada até o final do atendimento. “Ao solicitar o serviço, o cidadão é acolhido pelo técnico auxiliar de regulação médica (TARM), o qual coleta as informações básicas para identificar o solicitante, o local e o paciente ou vítima. Automatizando a coleta e o registro dessas informações, simplificando a interação dos operadores de atendimento com o sistema e a comunicação entre os envolvidos no atendimento, o sistema proporciona um ganho considerável de tempo, diminuindo a espera de quem aguarda o serviço”, explica Marcos Telles, Diretor Comercial na Hexagon.
“Uma vez registrada a ocorrência, a ligação é rapidamente transferida para o médico regulador que avaliará e priorizará cada caso com base em protocolos, e definirá a conduta mais adequada em cada situação. Nos casos em que há necessidade de atendimento no local do incidente, todas as informações chegam ao operador de despacho devidamente classificadas e de forma automática pelo sistema I/CAD, proporcionando a consciência situacional necessária para o envio do recurso indicado pelo médico de maneira muito mais ágil e eficiente, principalmente se consideramos o volume de dados que geralmente são classificados e avaliados de forma manual”, complementa Telles.
Comum em muitas outras organizações, este era o cenário do serviço na capital pernambucana antes da implantação do atual sistema. Dr. Leonardo Gomes, coordenador geral do Samu Metropolitano Recife, afirma que “os operadores realizavam o gerenciamento dos registros dos atendimentos de forma manual e os principais processos contavam com um sistema local que impunha limitações às informações, restringindo a quantidade e aumentando o tempo dos atendimentos”.
Leonardo destaca que a implementação do atual sistema foi um divisor de águas para o Samu Recife ao proporcionar um melhor planejamento e alocação de recursos, a sistematização dos processos de atendimento e triagem, e a análise e o acompanhamento de dados em tempo real, proporcionando tomadas de decisão mais ágeis e mais bem informadas. Também reforça a importância da gestão das informações para as operações do Samu na capital: “é por meio das informações coletadas no sistema que tomamos decisões estratégicas, como a de ampliar ou trocar uma base descentralizada para um local que facilite o acesso das equipes aos locais onde há aumento constante de solicitações”, explica Leonardo.
Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas na Segurança Pública
Pioneira mundial no desenvolvimento da tecnologia CAD, a Hexagon lançou recentemente a primeira tecnologia de Inteligência Artificial assistiva para organizações de segurança pública. Conhecido como HxGN Smart Advisor, o sistema opera de maneira integrada aos sistemas segurança pública da companhia, fornecendo informações críticas aos operadores de atendimento e supervisores, e preenchendo pontos cegos operacionais durante emergências e ao longo dos seus desdobramentos. Utilizando recursos de aprendizagem de máquina, a nova tecnologia identifica similaridades entre diferentes incidentes, aparentemente sem quaisquer relações entre si, e recomenda ações a serem avaliadas.
“Em operações de SAMUs, por exemplo, quanto mais pessoas ligam para solicitar o serviço, mais a máquina aprende e é capaz de sugerir perguntas para uma triagem muito mais veloz do que humanos são capazes de fazer. Com isso o sistema fica mais inteligente, ágil e o despacho fica mais rápido para o socorro”, explica o diretor comercial da Hexagon. “Quando utilizado por centrais de operações integradas, por exemplo, o sistema realiza análises de dados de forma contínua e autônoma em tempo real para detectar padrões e relações entre ocorrências, fornecendo informações úteis que permitem detectar emergências antecipadamente e responder de maneira mais rápida e eficiente às emergências” complementa Telles.
Em julho de 2021, a OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou um relatório sobre o uso da inteligência artificial e a tecnologia de forma geral na área da saúde. O documento apresenta um resumo sobre as medidas, os prós e os contras relacionados ao uso de recursos tecnológicos o setor. A expectativa da OMS é que a inteligência artificial seja benéfica em diversos quesitos e destaca que por meio do aprendizado de máquina, profissionais de saúde conseguirão prever a propagação de doenças e até evitar o surgimento de epidemias.
O futuro dos serviços de emergência
Sergio Nunes, vice-presidente sênior da divisão de Segurança, Infraestrutura e Tecnologias Geoespaciais da Hexagon para a América Latina, alerta que muitas organizações de segurança pública ainda utilizam tecnologias obsoletas, que não se conectam com outros sistemas e bancos de dados. Sendo assim, a falta de interoperabilidade os impede de aproveitarem recursos que podem proporcionar respostas e ações mais rápidas e eficazes durante uma emergência.
O executivo pontua que, à medida que a sociedade caminha em direção às conexões mais ágeis e sem fio, os órgãos de segurança pública também devem repensar as suas infraestruras e adotar soluções que utilizem tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial, o aprendizado de máquinas e a computação em nuvem, pois sem esses recursos o processamento, a análise e a ação sobre dados em operações críticas tornam-se humanamente impossíveis.
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